Quem vive na Áustria ou na Alemanha, já se deu conta. As compras de supermercado ficaram mais caras. A inflação na Áustria é de 2,8%. No mesmo período do ano passado era de 0,3%. Na Alemanha é de 3,2%. No país vizinho foi implementado uma diminuição do imposto de valor agregado, o IVA Com isso, os preços deram um subida aí.
Não somente as compras do supermercado ficaram caras, mas ida aos restaurantes. De acordo com o Statisk Austria, a clássico “Schnitzel” – o bife de porco à milanesa custa 4,6% mais caro nos restaurantes. A comida vegetariana ainda ficou mais cara, 5,8%.
Mas, quem é o grande vilão da inflação européia? O preço da energia. O que significa? O preço da gasolina, diesel ( na Europa é permitido o uso do diesel no carros) e, em especial do aquecimento. A DricaRibas já havia escrito sobre o assunto, ainda no mês de outubro. Leia aqui.
Havia uma demanda de energia, já antes da Pandemia de Covid19, no ano de 2019. Com os lockdowns, medida necessária para conter a propagação do vírus, houve uma queda dessa demanda.
Com a retomada das atividades, pós-lockdowns, sejam elas comerciais ou industriais, houve uma demanda muito grande de energia. Mas, aí vieram as questões ambientais e a necessidade de se trocar as formas de produção de energia, principalmente não utilizando mais energia fóssil.
No caso da Áustria, a partir de julho deste ano, será cobrado um imposto sobre o CO2 – gás carbônico. Será cobrado 30 euros para cada tonelada de CO2 colocada na atmosfera. Na Alemanha, esse imposto já existe. No ano de 2021, ele custou 25 euros. Para o ano de 2022 será de 30 euros e haverá um aumento gradual até 2025 quando esse imposto custará 50 euros.
Energia verde
O objetivo desse imposto sobre a emissão de CO2 é sobretudo trocar a produção de energia de mais poluente para energia a verde. Para a população significa trocar o carro normal por carros elétricos. Para o aquecimento, não utilizar o óleo, “Heizol” e sim o gás ou a queima de madeira certificada.
Mas, essa troca de produção de energia, para um modo de produção de energia sustentável demora tempo. E com a Pandemia, cujos os impactos ainda não totalmente contabilizados na economia européia, não é fácil.
Nos últimos meses, com a escalação do conflito na Ucrânia, essa troca de energia ficou ainda mais difícil. A Rússia, principalmente fornecedora de gás para a Europa, tem-se utilizado desse argumento para forçar os europeus a não deixarem a Ucrânia a não entrar para a OTAN. Para entender esse assunto, leia aqui.
A Comissão Européia qualificou o gás e a energia atômica como energia verde. A questão dividiu os países membros da União Européia. A França vem se utilizado da energia atômica e inclusive construindo novas usinas.
Tanto na Áustria como na Alemanha, o assunto é tabu. Na Áustria foi construído uma usina nuclear em Zwentendorf, no estado da Baixa-Áustria. Mas, com o referedum de 1978, a população austríaca decidiu que essa usina não seria utilizada.
Como conter a inflação?
Esse é o grande desafio para os governos europeus. O governo austríaco vai oferecer um subsídio para o aquecimento, que vai variar entre 150 a 300 euros para a população. O valor mais alto ficará para os desempregados. Até porque, a situação com a Ucrânia não se resolverá tão facilmente e isso seguirá impactando no preço do aquecimento.
Países como a Hungria optou em congelar os preços dos alimentos, mas os economistas são céticos. Uma medida que pode funcionar a curto prazo, especialmente se há eleições próximas, como na Hungria. Essas estão marcadas para abril desse ano.
O congelamento a longo prazo significa o desaparecimento dos produtos. Quem não se lembra da hiperinflação no Brasil, na década de 90? Aí, a inflação era causada pela má gestão das finanças públicas, o famoso gastar mais que arrecada. Diferente da inflação que temos aqui na Europa.
Para nós normais, o que resta é ficar de olho nos preços dos supermercados, e apelar para a famosa pechinca. E mais uma vez, vejam a situação das janelas do seu apartamento ou casa. Boas janelas significa economia. Vejam o vídeo!
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Um comentário em “Inflação assusta europeus”