Áustria: O que fazer com a extrema-direita?

Com o agravamento da crise da Covid19, com a explosão do número de infecções, o governo austríaco se viu obrigado a tomar medidas impopulares, como o lockdown e a obrigatoriedade da vacina. No 12 de dezembro termina o lockdown para os vacinados (Geimpft) e recuperados de uma infecção de Covid19 (Genesen).

Será implementado a regra 2G para atividades culturais e esportivas, bem como a gastronomia. O fechamento para todas as atividades será às 23 horas. Para os não-vacinados, o lockdown segue até ser vacinado. E é aí que mora o problema.

O governo calcula que dois milhões de austríacos não querem ser vacinar. Desse grupo, há aqueles que são da extrema-direita, esses considerados “caso perdido”. Outro grupo se divide entre os decepcionados com o governo, seja porque perderam o emprego ou se sentem psicológicamente pertubados pelo lockdown. Há ainda um outro grupo, o que eu classificaria como “naturebas”, que são aqueles que não querem se vacinar de jeito nehum, por não aceitarem “nenhuma química” no corpo.

FPÖ com músculos

Visando esse público é que o partido da extrema-direita, o FPÖ vem organizando protestos todos os dias, em várias cidades da Áustria. O partido vinha enfraquecido por conta do escândalo do “Ibiza Affäre”, o famoso vídeo onde o então Vice-Primeiro-Ministro, Hans Christian Strache pede dinheiro a uma suposta oligarga russa para comprar o jornal “Krone Zeitung”, o jornal mais lido do país alpino. Mais detalhes, clique aqui.

Sem campanha de vacinação contra a Covid19

Outro grande problema também foi a ausência de uma campanha de vacinação contra a Covid19. Ainda no verão, aqui na Europa, o então Kanzler Sebastian Kuz (ÖVP) havia declarado o fim da Pandemia, para vacinados. Pouco meses depois, já no Outono, o número de casos de Covid19 explodiu e um lockdown foi necessário. Nesse ponto, Sebastian Kurz já não era Kanzler. Dois meses depois de sua renúncia como Primeiro-Ministro, Kurz renunciou seu cargo de chefe do partido conservador, o ÖVP e se retirou da política austríaca.

Novo Kanzler e a Obrigatoriedade da vacina

Karl Nehammer (ÖVP) é o novo Kazler e tenta chamar para um diálogo, com a oposição e com os não-vacinados. Ele tem a difícil tarefa de implementar a obrigatoriedade da vacina contra a Covid19. Foram quatro lockdowns, 13 mil mortos e uma prejuízo enorme para a economia austríaca.

Nesse época do ano, no centro de Viena, no 1º distrito podia-se caminhar tranquilamente, comprar quem sabe os presentes, tomar um “Gluewien” em algum mercadinho de Natal. Agora, todos os sábados há manifestação da extrema-direita. A política austríaca falhou e agora vai ter que correr atrás do prejuízo.

Observação1: O partido da extrema-direita na Áustria se chama “Freiheit Partei Oesterreich”, Partido da Liberdade da Áustria. O partido conservador se chama “Österreich Volks Partei”, o partido do Povo da Áustria.

Observação2: Nos primeiros protestos, ainda no ano passado, a DricaRibas ainda cubria para o site, mas em função da violência da extrema-direita e do grau da infecciosidade do vírus, especialmente da nova variante, Ônicrom, não é mais possível.

Atualização: A manifestação aqui em Viena terminou, sem grandes incidentes. Houve a participação dos políticos do FPÖ. A polícia de Viena calcula 44 mil participantes. Clique aqui.

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