Adaptar-se a vida no estrangeiro é preciso. Caso contrário, volte para casa.

Quando eu cheguei na Europa faz vinte anos, eu sofri um bocado para me adaptar. Eu era recém formada em Jornalismo e estava numa fase boa na carreira. Não foi fácil.

O meu primeiro ano na Europa, eu estava mais no Brail, que aqui. Um belo dia, eu acordei e e me disse: ou me adapto ou vou me embora. Eu me adaptei.

Foi um longo caminho, que incluiu o aprendizado da língua alemã. Aliás, eu aprendo alemão até hoje. O alemão é uma língua muito complexa e possui um vocabulário rico.

Arrumei empregos, mas em outras aéreas, como na aérea de secretariado ou de tradução. Depois, eu continuei a estudar e fiz meu doutorado pela Universidade de Viena, no Departamento de Teatro. Hoje, juntei dinheiro e montei o “Blog do DricaRibas”.

O Preconceito “Brasileira Go Go Girl

Sim, isso existe e você vai escutar isso várias vezes. Isso vem de um problema estrutural grave no Brasil, um país machista e retrógrado que vende a mulher brasileira como objeto sexual. E amplamente difundido no exterior.

Eu já perdi a conta, de quantas vezes eu vi, nas centenas de vôos que atravessei o oceano, grupinhos de europeus, não importando a cidadania, comentando sobre as “mulheres brasileiras”. Esses viajando para fazer turismo sexual. Eu me lembro bem de um grupo de italianos, que inclusive tinha um caderninho, com números telefônicos de “namoradas” brasileiras. Teve um que empolgou e começou a molestar uma aeromoça. A coisa ficou tão desagradável, que o próprio capitão do vôo teve que conversar com o italianão. Caso continuasse, acionaria a polícia, assim que vôo pousasse em Guarulhos.

Eu já escutei esse papo de “go go girl”. O que eu fiz? Mando o cidadão catar coquinho. Eu não sou nenhuma “Go Go Girl”. Até hoje, recebo uma quantidade de cantadas de cunho sexual pesado, através das caixas de mensagens das redes sociais. E que faço, apago. Nem vale a pena responder. Nada de se sentir “vítima” por ser estrangeira ou imigrante. Você não é vítima e aprender o idioma do país, onde você está é importante, por mais desafio que seja.

Para concluir esse post: seja sincera contigo mesma. Se você sentir que não pode se adaptar, a melhor soluçao é voltar para o Brasil. Não viva em um mundo paralelo. Isso só vai te fazer mal. Eu tenho mais de vinte anos e vejo uma parte importante da comunidade brasileira nessa “paralelidade”. Dá pena!

Aprender o idioma do país onde você está, no meu caso, o alemão porque vivo na Áustria não vai fazer menos “brasileira”. Apenas vai de abrir uma porta importante, para que você viva bem e se sinta bem, o que aliás, o que realmente importa!

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