Porradobol no Pânico – Show dos Horrores

Esta semana há vários documentários tanto da televisão alemã, como na austríaca para celebrar os trinta anos da queda do muro de Berlin.

Dos vários documentários que vi, um me chamou atenção em especial. Com o título “30 Jahre Mauerfall – Joachim Gaucks Suche nach der Einheit” , o documentário mostrou a viagem do ex-presidente alemão Joachim Gauck para algumas localidades da ex-alemanha oriental, com o objetivo de conversar com algumas pessoas e perguntar: como estão os alemães, depois de 30 anos reunificados.

As conversas foram difíceis. Herr Gauck conversou com René Janh, fundador do movimento Pegida, com Frauke Petry, ex-porta voz do partido “Alternative für Deutschland” e Lothar de Maiziere, o último primeiro-ministro da Alemanha Oriental, no momento da queda do muro de Berlin.

Todas conversas difíceis, tensas, já que há ainda muitos problemas e especialmente muito ressentimento. Mas, em nenhuma das conversas, não houve falta de respeito, insultos ou agressões físicas.

Recentemente, a política austríaca também teve suas turbulências, quando o partido de extrema-direita FPÖ fazia parte do governo. Havia momentos muito tensos, na imprensa, mas jamais houve agressões, sejam por insultos ou tapas.

O episódio de ontem, no programa Pânico da rádio Jovem Pan mostra uma fratura exposta na nossa sociedade, a falta de capacidade de diálogo e aceitação de idéias diferentes. Mostra também, como funciona o nosso Jornalismo, contaminado por opiniões e militância política. Como o DricaRibas já escrevou, inúmeras vezes, os fatos devem vir sempre em primeiro lugar. Nem sempre, os fatos da realidade nos agradam, mas temos que entende-los para buscar soluções para o futuro.

Em conversa recente com um amigo, ele me disse que estávamos perdendo a capacidade de fazer política. Sim, infelizmente estamos e boa parcela de culpa disso se deve nossa elite política que se esconde atrás de ideologias exdruxulas, com o objetivo de se perpetuar no poder. Esses se esquecem, que todos os brasileiros, não importam a classe social, cor de pele, região, opção sexual merece que o dinheiro pago pelos impostos, deve ser revertido em serviços públicos para todos. E que todas as nossas diferenças, devem ser resolvidas na política. Não no tapetão ou na violência.

Gleen Greenwald errou ao ter insultado Augusto Nunes e esse errou ao ter revidado com um tapa no rosto. Aqueles que defendem um ou outro não entendem que em uma democracia, a diferencas devem ser discutidas civilizadamente. Ambos senhores, pessoas públicas não deveriam ter se comportado dessa forma.

Para completar o caldo, o Supremo Tribunal Federal mudou o seu entedimento sobre a prisão em segunda estância e breve o ex-presidente Lula deverá estar solto. Aliás, se não fosse o lulopetismo, não teríamos Bolsonaro na Presidência. Aliás, ambos “ismos” não vivem um sem o outro.

O show de horrores na Jovem Pan é apenas uma amostra do que pode vir pela frente. E aí, fica a pergunta: Quando o debate público retornará aos moderados?

Para o concluir o post, se situação parecida tivesse acontecido, aqui no Centro Norte da Europa, ambos teriam de se desculpar publicamente e também se desculpar com o público.

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