Confesso aos amigos leitores que a entrevista do Lula a Folha de São Paulo e ao El País, me deu uma perguiça enorme de ler. A razão é simples, a ladainha continua. O papel de vítima, o descaso com a justiça, etc, etc. Como um disco quebrado, que somente agrada aos militantes.
A princípio não escreveria nada a respeito, mas me chamou atenção a repercussão da entrevista. Mesmo que tímida, já que o PT já não possui a mesma força do passado, mas o suficiente para notar um movimento bem antigo na política brasileira: Lula representa a nossa elite política que quer tudo continue, como antes.
Ao falar, como uma espécie de pequeno ditador, aos dois jornalistas, Mônica Bergamo da Folha e Florestan Fernandes Jr do El País, ele dá voz aos políticos “indignados” que não aceitam a demanda da sociedade brasileira, que o dinheiro pago em impostos sejam revertidos serviços públicos de qualidade.
A elite, a qual Lula reclamou, não tem muito que reclamar. Sem ela, o PT jamais teria acedido ao poder e nem mesmo ter faturado milhões como faturou.
Por fim, esse tipo de evento é uma banquete para o bolsonarismo. Aliás, diga-se de passagem, existiu melhor cabo eleitoral para Jair Bolsonaro que o Lula? Enquanto isso, os moderados só assistem ao espetáculo.