Na semana passada, eu gravei um vídeo para o DricaRibasTV comentando o assunto. Não discuto a fé, daqueles que a buscam no pé de goiaba. Cada um tem direito a sua fé e sua religião. E não vai ser achincalhando o outros, que conseguiremos chegar a um debate público sobre divergências políticas. E nem minimizando abusos sexuais.
Essa é parte que me chocou. Desde que começaram aparecer as denúncias contra o João de Deus, que de Deus tem pouco, eu percebi que houve uma espécie de “relativização” do assunto. Por que só agora essas mulheres resolveram denunciar? Será muito ruim para a economia de Abadiânia. Essas são algumas das impressões, que eu li na redes sociais. É claro, que o Ministério Público deve investigar os casos, mas basta fazer uma pequena pesquisa na internet e descobrir, que o senhor esse já vinha sendo denunciado, há algum tempo atrás. Será que mais 300 mulheres inventaram os abusos? O DricaRibas acha difícil.
Sobre a portura do Senhor João como “médium”, fica a pergunta: Por que o senhor esse cobrava para seus serviços espirituais? Não sou uma pessoa religiosa, mas admiro todos aqueles que fazem caridade e não cobram. Isso sim é que fazer bem o próximo, não importa a religião.
Mas, na nossa cultura, nós gostamos de Mitos e Salvadores da Pátria. Alguém que possui “poderes divinos” para resolver qualquer mau e devolver a “felicidade eterna”.
O último “Savador da Pátria” nos levou a essa crise sem fim e não temos que esperar “Mito” para resolver os nossos problemas. Nós é que temos que questionar os nossos políticos, sem serem “salvadores” ou “mitos”. Esses, os políticos estão lá para prestar serviços para a população. Entraram para a política porque quiseram.
Por fim, minha total solidariedade com as vítimas de abusos sexuais. O tão difícil de vir a luz, encarando seu sofrimento e encarar o preconceito de muitos, que relativizam os abusos, e até mesmo culpam a mulheres pelos mesmos. Hora de disser basta, não é simples assim, mas será necessário.
Vídeo no DricaRibasTV:
Adriana Ribeiro-Mayer 