Consegui assistir aos desfiles através do YouTube. Achei que as escolas apresentaram desfiles bonitos, com bons enredos, mesmo com a grana curta. Elas mostraram que pode-se sim fazer um desfile sem luxo, com samba no pé e apoiados em sua comunidade. Aliás, os poucos destaques que se viram, com fantasias mais caras não eram exatamente daí. A tradição falou mais alto, mesmo com as arquibancadas vazias mostrando a grave crise financeira que atravessa o estado do Rio.
Gostei muitos dos desfiles, os que mais me agradaram foram os da Mangueira, Salgueiro e Beija-Flor. A Mangueira com seu enredo: “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco” me agradou em cheio. Eu me lembrei de toda a parte de pesquisa do meu doutorado onde eu escrevi sobre a história do carnaval carioca. Amei a ala das baianas à moda antiga, sem mangas, assim como as das fantasias tradicionais, como a bateria vestida de bate-bola.
O Salgueiro trouxe para a avenida o enredo: “Senhores do Ventre do Mundo”, uma celebração para a mulher africana. Lindo desfile!
A Beija-Flor trouxe o enredo: “Monstro é aquele que não sabe amar! Os filhos abandonados da pátria que os pariu”. Um excelente desfile onde se misturou a realidade e ficção com a história de Frankenstein e os problemas monstruosos que a população brasileira se vê obrigada a enfrentar como ausência de segurança pública e outros frutos da corrupção. Vale lembrar que o clássico “Frankenstein”, obra maestra do terror foi escrito Mary Shelley e completa 200 anos em 2018.
Os outros enredos também foram muito bons, mas esses foram aqueles que o público mais se identificou, por estarem presentes no seu cotidiano.
Agora, resta esperar o resultado para saber, qual escola será a vencedora do carnaval 2018. Qual é a sua favorita?