O Tribunal da Internet: a cada dia uma opinião diferente

Eu trabalho com a internet desde de 2013. Uma internet muito diferente da hoje, onde as redes sociais não tinham o mesmo peso de hoje. Era uma época mais de blogs e não havia esse marketing digital tão hypado que era hoje.

As conversas eram mais tranquilas e debate público ainda estava longe de ser tão acirrado como hoje. Com o tempo, especialmente os políticos, viram nas redes sociais a oportunidade de expandir o seu alcance e suas ideias, bem como empresas viram um novo ambiente para expandir seus negócios.

Ao mesmo tempo houve o enfraquecimento do jornalismo. Primeiro por seu lado ideológico, quase sempre de esquerda e também com a quantidade de pessoas que resolveram vir para a internet para “mostrar” a realidade.

A medida que as redes sociais foram evoluindo, o espaço público virtual foi exigindo um posicionamento em cima de cada “assunto”. Mesmo que cada assunto, muitas vezes sejam colocados de forma “artificial”, por milhares de perfis, seja de orgânica (natural) ou impulsionada (paga).

Jornalismo em segundo lugar

Se antes, para se informar, era necessário buscar a informação em revistas ou jornais, agora basta abrir os perfis das redes sociais! Isso fez que os principais veículos de comunicação tenha perfis nas redes sociais. Especialmente, entre os mais jovens!

Sendo assim, ao ver um assunto, cada um com perfil, já que o mesmo não tem custo, todos se sentem no direito de “opinar”. E com cada opinando, a internet vira um tribunal!

No Vida Europa, no YouTube, eu trouxe dois vídeos, exatamente dentro dessa temática. O primeiro dele foi a questão do Bebê reborn, clique aqui para ver o vídeo.

Este primeiro vídeo, eu comento a razão desse vídeo que começou com um conteúdo viralizado por um criadora de conteúdo chamada Sweet Carol. Em um dos seus vídeos, ela realizou um parto de um bebê reborn empilicado.

Logo no momento seguinte, como um movimento espontâneo, a pergunta que surgiu era a função desses bonecos que são feitos de uma forma tão realista, que em muitos casos, é possível acredita que o boneco é bebê de verdade. No vídeo que eu gravei sobre esse tema, eu comento os lados desses bebês/bonecos. Cabe julgamento?

A exposição da vida pessoal

O segundo caso foi com o Padre Fábio de Melo. Uma espécie de Padre-Star, que fez sua carreira na música e atraiu milhares e milhares de seguidores. No seu caso, ele foi a uma cafeteria chamada “Havana”, franquia argentina em Joinville, Santa Catarina e na hora de pagar o doce de leite, o preço era outro.

Indignado, o Padre foi para sua rede social com mais de 20 milhões de seguidores e reclamou do preço errado e do gerente. Automaticamente, o gerente foi demitido, além de sofrer ataques virtuais sem precedente.

Por se tratar de uma pessoa de origem humilde, a pergunta é que ficou é: Como uma pessoa religiosa pode utilizar sua rede social para atacar o outro quando o problema poderia ser resolvido de forma privada? Isso eu discuto neste vídeo aqui.

Tem como escapar do “Tribunal da Internet?”

É uma pergunta que se coloca, já que muitos temas devem ser “opinados”. No meu caso, até pelo viés jornalístico que tenho no Vida Europa, eu acabo por sentir no “direito” de “opinar” sobre determinados assunto, especialmente aqueles que estão dentro da abordagem do Vida Europa.

Mesmo assim, eu evito opinar sobre todos os assuntos que aparecem e sempre observo, a maneira como vou abordar. Aqui na Europa, por conta da lei de dados pessoais, não se pode mencionar pessoas nas redes sociais. O recomendável é que isso seja feito de forma impessoal e sempre focado no fato.

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