Ela estava sempre escondidinha atrás de partidos esquerda aqui na Europa central. Sempre tinha as palavras mais bonitas para todos os problemas. Sempre se mostrou com muito dádivas, seja na imprensa, na cultura e no mundo acadêmico.
Ela começou a colocar a cabecinha de fora com a Guerra na Ucrânia. Afinal de contas, aquelas fronteiras estavam chegando muito perto da antiga União Soviética.
Esse papo da OTAN expandir as fronteiras não é possível! Esse imperialismo ianque é muito ruim! Xô capitalismo mau!
Com o ataque mortal do Hamas em cima de Israel, no último 7 de outubro, foi o momento que a esquerda ideológica saiu da toca e mostrou o seu lado nada democrático, autoritário e pior, antissemita.
A culpa é da extrema-direita!
A extrema-direita sempre foi expurgada do debate público e com razão! Por conta da sua ideologia nefasta, a Alemanha nazista exterminou mais de seis milhões de judeus.
Ela foi expurgada da vida pública. Farta documentação, como livros, estudos acadêmicos, filmes, documentários foram produzidas detalhando toda a ideologia nazista.
Entretanto, a imprensa e cultura foram controladas pela esquerda e mais ainda, pela esquerda ideológica.
Nunca se discutiu de forma clara e aberta, todas as atrocidades cometidas pela antiga União Soviética especialmente sob comando de Stalin. Há documentação sobre o assunto, mesmo que não tenha a mesma divulgação em comparação com toda a parte nazista.
A esquerda ideológica nunca foi amplamente questionada como a extrema-direita. E isso foi um grande erro!
No caso do Brasil ou Estados Unidos, qualquer crítica direcionada a essa ala ideológica, a frase mais ouvida é: ”você é fascista!”
No caso da Áustria ou Alemanha, certas expressões não devem ser usadas, como chamar alguém de nazista ou fascista. Isso rende um processo na Justiça por aqui.
Insatisfação popular bomba a extrema-direira
Como a imprensa e cultura quase sempre foram controladas pela esquerda, as pautas também foram escolhidas por eles. Assim foi até o advento das redes sociais, onde a extrema-direita conseguiu retornar ao espaço público do debate. E não somente conseguiu seu espaço, como atraiu milhares de seguidores.
A insatisfação popular é o canto da sereia que ecoa como música para muitos. Aqueles que perderam massivamente o poder aquisitivo com a alta da inflação ou o emprego por conta dos lockdows impostos pelas medidas de contenção do vírus da Covid19.
Aqui na Europa, a questão da vacinação contra a COVID-19 e a inflação alta gerada pelas sanções contra Rússia, por conta da “Guerra na Ucrânia” foram bem instrumentalizados pela extrema-direita.
Políticos tradicionais com medo de perder votos, resolveram fazer politicagem. Com isso, perderam a confiança da população. E nesse contexto foi que a extrema-direita cresceu.
Rumo ao desconhecido
Se a situação na Europa era incerta com a Guerra na Ucrânia, onde a esquerda e direita tradicionais desapareceram, com o ataque do Hamas em Israel, como tabuleiro político ficará no Velho Continente é desconhecido.
Antes do ataque, pesquisas indicavam a implosão de partidos tradicionais e o fortalecimento de partidos extremistas, especialmente os de extrema-direira, como aqui na Áustria ou na Alemanha.
Nesse momento, a pergunta era sobre autocracias ou democracia.
Desde do 7 de outubro deste ano, com o ataque terrorista do Hamas em cima de Israel, a questão é outra. É a volta do antisemitismo, a perseguição aos judeus, motor da Segunda Guerra Mundial. Já não é uma volta à década de 90 e sim pós-guerra mundial.
É a volta da barbárie contra a civilização, como na idade medieval, por exemplo.
A esquerda ideológica com todas as regras contra todas as coisas “ruins” abriu as porteiras da violência.
Opinião
A questão da guerra Hama-Israel é uma questão muito grave que não deve ser resumida a um mero “esquerda-direita”.
E uma solução para a paz passa por um estado de Israel e um estado para a Palestina. Aliás, o que já deveria ter sido feito, faz tempo. Teria evitado essa situação horrorosa com a perda de milhares de vidas.
Por outro lado, não penso que isso venha se concretizar.
O que ficou claro é que extrema-direita e esquerda ideológica possuem o ponto comum: querem impor suas ideologias, não importa como. Democracia para ambos é só um enfeite.